O QUE É ALERGIA ?

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O QUE É ALERGIA ?

O QUE É ALERGIA ?

Alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico após a exposição a uma série de agentes, em indivíduos predispostos geneticamente. É também chamada de reação de hipersensibilidade.

Agentes que costumam causar alergias são:

  • Ácaros
  • Fungos
  • Insetos
  • Pelos de animais
  • Pólen
  • Alimentos
  • Medicamentos

A herança genética é a base para se ter alergia. Entretanto, ela só será desencadeada com a exposição a fatores ambientais.

Pode atingir indivíduos em qualquer faixa etária, sendo atualmente considerada um problema de saúde pública por acometer cerca de 10% a 20% da população mundial, comprometendo de forma significativa a qualidade de vida de adultos e crianças.

A gravidade das alergias varia de pessoa para pessoa e pode causar desde uma irritação menor a anafilaxia – uma emergência potencialmente fatal.

Embora a maioria das alergias não possa ser curada, os tratamentos podem ajudar a aliviar os sintomas da alergia.

Causas

As alergias, em geral, têm vários fatores causais, dependendo de cada tipo.

Por exemplo, uma pessoa com rinite pode ter alergia a ácaros (que ficam no pó de casa).

Uma criança pode ser alérgica a leite, podendo apresentar diarreia, lesões de pele, inchaço nos lábios ou sintomas respiratórios.

Tipos

Existem algumas doenças alérgicas como:

Alergia respiratória

As alergias respiratórias são doenças inflamatórias crônicas que acometem as vias respiratórias, sendo a asma e a rinite alérgica as doenças mais comuns.

Asma:

A asma se manifesta clinicamente por crises de falta de ar ou cansaço, chiado no peito e sensação de aperto no peito, geralmente acompanhada de tosse. Cerca de 80% dos pacientes que tem asma, apresentam também rinite.

Os principais fatores desencadeantes das crises de asma são: a exposição aos alérgenos inalantes como ácaros da poeira de casa, fungos (mofo), pelos de animais, baratas, pólens e fatores irritantes como:

  • Odores fortes
  • Mudanças de temperatura
  • Fumaças e poluição
  • Infecções causadas por vírus e bactérias
  • Alguns tipos de medicamentos
  • Fatores emocionais
  • Exercício físico
  • Refluxo gastroesofágico
  • Fatores relacionados ao trabalho

Rinite alérgica: 

A rinite alérgica manifesta-se por crises de espirros repetidos, coriza líquida e abundante, coceira (em nariz, olhos, garganta e ouvidos), congestão nasal, alteração do olfato e do paladar, olhos avermelhados e irritados.

Nos casos de gotejamento de secreção pós-nasal e sinusite associada, pode ocorrer tosse, em geral, seca e com piora noturna acentuada.

A repetição das crises de rinite pode desencadear complicações como infecções (sinusite, amigdalites, faringites e otites repetidas), levando à necessidade de uso repetido de antibióticos.

O diagnóstico da rinite alérgica e asma se baseia em uma análise do histórico dos antecedentes pessoais e familiares, dos sintomas, aliados aos achados do exame físico. Os testes alérgicos realizados na pele ou no sangue definem o diagnóstico etiológico.

O tratamento se baseia em:

  • Avaliação e controle de fatores que podem causar ou agravar a doença
  • Controle dos ácaros da poeira no ambiente da casa, em especial no dormitório do alérgico
  • Uso de medicamentos, utilizados no alívio das crises, controle da doença e prevenção de novas crises
  • Imunoterapia (vacina para alergia), que é o único tratamento capaz de modificar a história natural da doença

Alergia a ácaros:

Os ácaros são os principais responsáveis (dentre este grupo) pelo sintoma de alergia respiratória.

São seres não visíveis a olho nu e suas fezes representam o maior grau de alergenicidade do ácaro. Alimentam-se de pele descamada, de fungos e de outras substâncias ricas em proteínas.

Desenvolvem-se em locais com muito pó, com temperatura entre 18 a 26 graus, pouca luminosidade e umidade maior que 50%. São encontrados em colchões, travesseiros, tapetes, carpetes, brinquedos de pelúcia, etc.

Alergia a fungos: 

Os fungos são encontrados em suspensão no ar e em ambientes fechados como sótãos, porões, armários, malas, podendo aparecer também em banheiros, cozinhas, nos rejuntes de azulejos, em umidificadores e em locais quentes e mal ventilados.

São seres que gostam muito de umidade e por isso abundantes em regiões próximas ao mar.

Locais com umidade elevada e poeira podem ser uma ótima oportunidade para instalação de fungos, por isso podem estar presentes também em ar condicionado sem manutenção, colchões e travesseiros.

Alergia a animais: 

A alergia a animais prevalece em cachorros e gatos, porém, ao contrário do que pensam, os pelos não são considerados os mais alergênicos: as proteínas da saliva e urina ligadas ao pêlo são os alérgenos mais importantes, assim como o epitélio descamado, que são as caspas.

Os antígenos podem ser carregados nas roupas para as escolas, escritórios, automóveis, locais onde o animal nunca apareceu.

Alergia a pólen: 

Os pólens são grãos microscópicos destinados à fecundação das plantas. Determinadas espécies são levadas pelo ar numa época determinada chamada de período de polinização.

Os grãos de pólens das plantas produzem alergia respiratória por inalação. A doença polínica é mais frequente nas regiões da Europa, Argentina e Estados Unidos.

No Brasil pode ser encontrada essa alergia principalmente nos estados da região Sul.

Entenda mais sobre os sintomas, fatores de risco e tratamento para alergias respiratórias!

Alergia na pele :

As alergias na pele são doenças que também atingem indivíduos que tenham tendência hereditária (genética). 

As principais manifestações são: dermatite atópica, dermatite de contato, urticária, angioedema e estrófulo (alergia a picadas de mosquitos e pulgas).

Dermatite atópica: 

As manifestações estão relacionadas com uma predisposição genética (hereditária) para maior produção de anticorpos IgE, determinado uma hiper-reatividade da pele, em que os pacientes reagem exageradamente aos estímulos ambientais (alérgenos e irritantes).

Manifesta-se como eczema, que são lesões inflamatórias crônicas e/ou recorrentes da pele, acompanhadas de coceira intensa e pele seca.

As localizações das lesões variam com a idade e podem se manifestar de forma leve até casos graves, onde as lesões são intensas e disseminadas.

Dermatite de contato: 

As reações a substâncias em contato com a pele podem ocorrer pela ação direta sobre a pele (dermatite de contato irritativa, por exemplo, a detergentes e água sanitária) e por mecanismos alérgicos, por exemplo, bijuterias e esmaltes.

Caracteriza-se pelo aparecimento da lesão na área da pele que entrou em contato com o alérgeno, e a base do tratamento consiste na descoberta da causa e seu afastamento.

Urticária: 

É multifatorial, podendo ser desencadeada por alimentos, medicamentos, picadas de insetos himenópteros (abelha, vespa e formiga), infecções, doenças autoimunes, doenças hematológicas, distúrbios hormonais… E uma parcela pode ser idiopática, onde a causa não é detectada ou não identificável.

As lesões são em forma de placas avermelhadas, com coceira intensa, de localização variável e duração fugaz. As urticárias podem ser agudas ou crônicas (as que têm mais de 6 semanas de evolução).

O tratamento consiste em identificar a causa que originou o problema, com base na história clínica e em exames complementares.

O tratamento com anti-histamínicos serve para alívio dos sintomas e geralmente tende a ser de uso prolongado, e por mais que não se tenha a cura, é possível obter melhor qualidade de vida.

Denomina-se angioedema quando atinge as camadas mais profundas da pele, atingindo lábios, pálpebras, mãos, pés, genitais e face.

Estrófulo: 

Refere-se às alergias causadas por picadas de insetos, como pernilongo, borrachudos, mosquitos e pulgas.

Alergia ao látex: 

A alergia a látex é definida como uma reação imunológica contra as partículas do látex da borracha natural após sensibilização prévia. É preciso, portanto, haver um contato anterior para que ocorra a reação.

Conheça os sintomas, diagnóstico e tratamento para alergia de pele!

Alergia alimentar :

A maioria dos casos de reações adversas aos alimentos são de origem não-alérgica, como é o caso das reações tóxicas (diarreia após ingestão de alimentos com toxinas bacterianas) e as intolerâncias alimentares (por dificuldade de digestão do alimento, como nos casos de intolerância à lactose).

Em se tratando de alergia alimentar, é necessário o envolvimento do sistema imunológico que responde de forma exagerada e anormal contra constituintes dos alimentos independentemente da quantidade ingerida, e constituem ainda um grande desafio quanto ao diagnóstico e tratamento.

As principais manifestações de alergia alimentar são: 

Dermatológicas (urticária, angioedema, dermatite atópica), gastrointestinais (vômitos e diarreia) e anafilaxia.

Vários alimentos podem causar reações alérgica:

  • Leite de vaca
  • Ovo
  • Amendoim
  • Soja
  • Peixes e frutos do mar, sendo que o camarão é a principal causa de alergia alimentar em adultos no nosso país
  • Nozes

Alergia a medicamentos :

A Alergia a medicamentos, ou alergia medicamentosa, é uma reação adversa, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com qualquer efeito nocivo, não-intencional e indesejado de uma droga, observado nas doses terapêuticas habituais em seres humanos para fins terapêuticos, profiláticos ou diagnósticos.

As reações adversas a medicamentos classificam-se em previsíveis e imprevisíveis.

A alergia medicamentosa ocorre quando há envolvimento do sistema imunológico, que interpreta o medicamento como uma substância que causará algum dano ao corpo e o ataca.

Na primeira vez que isso ocorre, um anticorpo específico é acionado. A partir da segunda exposição haverá uma manifestação clínica.

Alergia ocular (conjuntivite alérgica) :

A conjuntivite alérgica é causada por reação de hipersensibilidade tipo I e relaciona-se intimamente com exposição direta ao alérgeno. É a forma mais comum de alergia ocular.

Sintomas

Sintomas de alergia, que dependem da substância envolvida, podem afetar suas vias aéreas, passagens e seios nasais, pele e sistema digestivo. As reações alérgicas podem variar de leves a graves.

Em alguns casos graves, as alergias podem desencadear uma reação fatal conhecida como anafilaxia.

A rinite alérgica pode causar:

  • Espirros
  • Comichão no nariz, olhos ou no céu da boca
  • Coriza (nariz escorrendo, entupido)
  • Olhos lacrimejantes, vermelhos ou inchados (conjuntivite)

Uma alergia alimentar pode causar:

  • Formigamento na boca
  • Inchaço dos lábios, língua, face ou garganta
  • Urticária
  • Anafilaxia

Uma alergia a picadas de insetos pode causar:

  • Grande área de inchaço (edema) no local da picada
  • Coceira ou urticária em todo o corpo
  • Tosse, aperto no peito, chiado ou falta de ar
  • Anafilaxia

Uma alergia a medicamentos pode causar:

  • Urticária
  • Comichão na pele
  • Erupção cutânea
  • Edema facial
  • Chiado
  • Anafilaxia

A alergia na pele pode apresentar os seguintes sintomas:

  • Vermelhidão
  • Inchaço (edema)
  • Coceira ou urticária em todo o corpo
  • Descamação
  • Irritação
  • Manchas ou de borbulhas (bolhas avermelhadas ou brancas)
  • Anafilaxia
  • Por conta da imunidade que está se formando ainda, alergia dermatológica costuma ser comum em bebês e precisa de atenção 
  • Fatores de risco

Uma pessoa pode desenvolver uma alergia em qualquer idade, mas você pode estar mais propenso a desenvolver uma alergia se:

  • Tiver um histórico familiar de asma ou alergias, como, urticária e rinite
  • Tiver asma ou outra condição alérgica

Os principais exames utilizados em alergia são:

  • Testes cutâneos de leitura imediata e de contato
  • Exames laboratoriais, como a dosagem de IgE total e IgE específica no sangue
  • Diagnóstico por imagem, como radiografia e tomografia
  • Testes de provocação
  • Dietas de eliminação

Especialistas que podem diagnosticar as alergias são:

  • Clínico geral
  • Pediatra
  • Alergista
  • Imunologista.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram;
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade;
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Você esteve resfriado ou teve alguma infecção respiratória recentemente?
  • Seus sintomas tendem a piorar em algum horário?
  • Existe alguma coisa que parece melhorar ou piorar seus sintomas?
  • Você tem animais? Se sim, eles dormem com você?
  • Você fuma?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para alergia, algumas perguntas básicas incluem:

  • Quais as prováveis causas para meus sintomas?
  • Existem outras prováveis causas?
  • Preciso fazer testes de alergia?
  • Eu preciso procurar um alergista?
  • Qual tratamento você recomenda?
  • Eu tenho outras condições de saúde, como posso conciliar elas?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Buscando ajuda médica :

Qualquer pessoa com sintomas de alergia deve procurar o especialista, mas se os sintomas forem graves (falta de ar, inchaço nos lábios ou olhos) a procura pelo serviço de emergência é indicada.

Tratamento 

A alergia e as doenças alérgicas são tratadas com a associação do tratamento clínico às medidas de controle ambiental, para o sucesso e controle do quadro.

Em caso de falha no tratamento clínico, pode-se utilizar a imunoterapia alérgeno-específica, que é o único tratamento que interfere no mecanismo básico da doença alérgica.

Imunoterapia

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso das vacinas com alérgenos está indicado em pacientes que apresentam reações graves (anafiláticas) a insetos (abelhas, vespas, marimbondos e formigas) e nos indivíduos sensíveis a alérgenos ambientais que apresentem manifestações clínicas, como rinite, asma, conjuntivite.

Medicamentos

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.

Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Tem cura?

De maneira geral, falamos em controle da alergia porque a pessoa precisa evitar os fatores desencadeantes por toda a vida, mas o tratamento é bastante efetivo.

Prevenção

Em termos de prevenção, a orientação de aleitamento materno por pelo menos 4 meses teria um efeito benéfico na diminuição do aparecimento de alergias.

Existe muita discussão a respeito dos probióticos e prebióticos, mas não há uma definição ainda sobre os seus efeitos.

Dicas para uma casa saudável

  • Ventilação: manter janelas abertas durante o dia. Não tenha receio: vento não faz mal
  • Móveis: o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e de fácil limpeza
  • A limpeza: deve ser feita diariamente, com água, sabão e produtos de limpeza adequados. Evitar produtos com odor ativo, como os derivados de amoníaco. Evitar, também, usar vassouras e espanadores, bem como aspiradores que não tenham filtros para reter partículas bem pequenas
  • Colchões e travesseiros: trocar travesseiros uma vez por ano e preferir modelos com espuma inteiriça. Evitar penas ou flocos. Encapar colchões e travesseiros com capas especiais contra ácaros e trocar as roupas de cama semanalmente
  • Animais: evitar no quarto de dormir
  • Cuidados no armazenamento de roupas: lavar roupas guardadas antes do uso
  • Controle de fatores irritantes: fumaça de cigarro, odores e umidade.

Dicas para prevenir e combater alergias em casa

  • Ventilação: manter janelas abertas durante o dia. Não tenha receio,  vento não faz mal.
  • Móveis: o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e de fácil limpeza.
  • Limpeza: deve ser diária, com pano úmido com água, sabão e produtos de limpeza adequados. Evitar produtos com odor ativo, como os derivados de amoníaco. Evitar, também, usar vassouras e espanadores, bem como aspiradores que não tenham filtros para reter partículas bem pequenas. Não esquecer da limpeza de ventiladores e dos filtros do ar-condicionado. Consertar focos de infiltração e umidade.
  • Colchões e travesseiros: trocar travesseiros uma vez por ano e preferir modelos com espuma inteiriça. Evitar penas ou flocos. Encapar colchões e travesseiros com capas especiais contra ácaros e trocar as roupas de cama semanalmente.
  • Animais: evitar no quarto de dormir.
  • Cuidados no armazenamento de roupas: lavar roupas guardadas antes do uso
  • Controle de fatores irritantes: fumaça de cigarro, odores, perfumes fortes e umidade.

Anafilaxia ou choque anafilático

A anafilaxia (popularmente conhecida como “choque anafilático”) é uma reação alérgica grave, generalizada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas.

As causas mais comuns de anafilaxia são:

  • Alimentos
  • Medicamentos
  • Látex
  • Veneno de insetos

O diagnóstico é clínico e acompanha-se de placas vermelhas na pele, falta de ar, chiado no peito, cólicas abdominais, aceleração cardíaca, alteração da pressão arterial, podendo evoluir para choque e óbito.

A anafilaxia pode ser evitada em muitos casos por meio da correta investigação de reações alérgicas anteriores e pela adoção de cuidados preventivos.

O uso da adrenalina pode salvar vidas quando aplicada precocemente evitando as reações mais graves.

É uma emergência médica que requer cuidado imediato e um acompanhamento posterior com o alergista.

Referências:

Alexandre Okamori, alergologista 

Rosane Bleivas Bergwerk, alergista e imunologista

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